abstract The lands occupations (retomadas) by the indigenous peoples of Brazil has become, in recent decades, an practice that has become important for putting pressure on the authorities to demarcate the Indigenous Lands and attack those who have appropriated their territories. However, the retomadas are not limited to conflicts over land, since they are not only fights for material or symbolic resources, they are also not just a fight for their identities, since they are not limited to agency the differences coordinated by the state. In another order of arguments, the retomadas are practices that have been rescuing places and propagating important relationships for indigenous peoples, materializing what is proposed and proposed to us in terms of a ontological conflict, where is produced and counter-produced what we call politics, territory, culture, power. This article explores this problem, maintaining a dialogue between the retomadas and the autonomic indigenous practices, following the understandings that the Tupinambá de Olivença maintain within their movement for the “recovery of the territory”.
resumo As retomadas dos povos indígenas se tornaram, nas últimas décadas, uma prática que adquiriu importância no Brasil ao pressionar as autoridades para demarcarem as Terras Indígenas e arremeterem contra aqueles que têm se apropriado dos seus territórios. Contudo, as retomadas não se restringem aos conflitos fundiários, pois não são apenas lutas por recursos materiais ou simbólicos, como também não são somente uma luta identitária, já que não se restringem ao agenciamento das diferenças coordenadas estatalmente. Numa outra ordem de argumentos, as retomadas se mostram como práticas que vêm recuperando lugares para propagar as relações dos povos indígenas, materializando o que estão se propondo e nos propondo sob os termos de um conflito ontológico em que se produz e contraproduz o que chamamos de política, território, cultura, poder. Este artigo explora essa rota de debates, fazendo um diálogo entre as retomadas e as práticas indígenas das autonomias, seguindo a compreensão que os Tupinambá de Olivença alcançam com seu movimento pela “recuperação do território”.